Manutenção dos solos

PLANTAÇÃO

Os castanheiros podem atingir, quando adultos, os 30 metros de copa, por isso devem ser plantados com espaçamentos entre 8 a 12 metros. Por vezes há quem utilize até aos primeiros anos de produção de fruto, espaçamentos menores, de modo a rentabilizar a produção de fruto. Depois são removidas as árvores intermédias, repondo os espaçamentos de modo às copas poderem crescer sem se tocar.

TERRENOS - PREPARAÇÃO

Em Setembro, deve abrir as covas e deixá-las a "respirar" de modo a prepará-las para receber as novas árvores que pretende plantar (Novembro, Dezembro). Se puder, procure efectuar uma análise das terras de modo a avaliar correctamente a sua fertilidade. A falta de informação relativamente à qualidade dos solos, leva a uma prática comum e regular de aplicação de estrumes ou adubos.

MOBILIZAÇÃO DOS SOLOS

Procure não proceder a mobilizações frequentes, dado que a destruição das raízes superficiais tem efeitos negativos ao nível da nutrição das árvores e ao nível sanitário. De um modo geral, as mobilizações procuram a eliminação de infestantes que consomem água em competição com o castanheiro. Mas elas originam a compactação do solo, com consequente diminuição de porosidades o que reduz as trocas gasosas. O fraco arejamento do solo fragiliza as árvores e potencia condições favoráveis à ocorrência de microorganismos patogénicos. A mobilização pode destruir as raízes superficiais, facilitando a infecção e promovendo a propagação de patogéneos, nomeadamente o agente causal da doença da tinta do castanheiro. Assim, no sentido de minimizar os efeitos nocivos da mobilização convencional deve reduzir o número de mobilizações e da espessura mobilizada evitando a danificação do sistema radicular. Procure utilizar uma grade de discos de menor diâmetro em vez do escarificador.

PODAS

Normalmente procede-se a poda ligeira no inverno quando a planta se encontra no período de repouso vegetativo e apenas dos ramos de menor diâmetro, mas sempre sem exagerar (a ideia é não enfraquecer as defesas da própria árvore), mas moldando-a para que tenha um tronco direito e livre de ramagem muito entrelaçada. Quando os castanheiros já são adultos, parece ser bom para os mesmos proceder a poda da ramagem seca. As podas devem ser ligeiras e efectuadas em cada 2, 3 ou 4 anos, mas não existe uma regra rígida. Por último, tambem já alguém referiu que se pode e deve efectuar essas podas ligeiras em Julho / Agosto, pois nestes meses a árvore está na sua fase de maior vigor e ressentir-se-à muito menos dos golpes provocados pela poda. A ideia é sempre podar ligeiramente de modo a que a árvore não fique enfraquecida e possa por isso estar mais sujeita a um ataque do parasita da tinta.

ENXERTIA

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REGA

Quanto à rega, deverá ser efectuada com alguma regularidade, principalmente na primavera e verão, e durante os 4 primeiros anos, pois o castanheiro nos primeiros anos ainda não possui raízes suficientes para poder fazer face às suas necessidades, principalmente se a chuva não aparecer nessas alturas. Já quando as árvores são adultas, a rega parece não proporcionar vantagens na produção de fruto, salvo se ocorrerem períodos de seca. Atenção para não deixar nunca os solos encharcar. A deficiente drenagem dos solos, principalmente quando chove muito e consequente falta de oxigénio, potenciam a disseminação rápida da doença da tinta.

DEFESAS

Apesar dos esforços na investigação, de instituições como a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, o Instituto Politécnico de Bragança e o Centro Nacional de Sementes Florestais de Amarante, ainda não se desenvolveram curas para as doenças que atacam os castanheiros. No entanto, alguns produtores de castanha vão tentando fazer frente a estas pragas com "práticas defensivas", com o recurso a plantações micorrizadas e híbridas e à utilização de feromonas contra o "bicho-da-castanha", também conhecido por "bichado" ou "traça-da-castanha" que ataca o fruto. A feromona é uma substância química, semelhante à que a fêmea fabrica, que se dispersa pelo ar atraindo os machos. Com este método, os insectos machos são atraídos para as armadilhas, ficando lá colados. Assim, as fêmeas não têm maneira de realizar a fecundação, nem pôr os ovos, uma vez que os machos ficam presos nas pequenas armadilhas. Outros processos de defesa utilizados hoje em dia por alguns produtores, são as associações micorrízicas, práticas estas que passam pela associação de determinados fungos do solo e das raízes mais jovens da árvore, originando estruturas com grande importância a nível fitopatológico e nutricional. A introdução de várias espécies de cogumelos nos soutos, parecem ser benéficas tanto para as plantas como para os fungos. No entanto, se pretender utilizar os cogumelos para consumo, tenha sempre em atenção os riscos devido à existência de espécies tóxicas e mortais, por vezes confundidas com espécies comestíveis. Se pretender colher para consumo qualquer tipo de cogumelo, procure sempre confirmar através de um micólogo, a sua toxicidade.